domingo, 27 de maio de 2007

Por Dentro da Infixidez

Convence-me de que a minha força não morrerá contigo.
E repete-me vezes sem conta que ainda será possível mover as pálpebras depois de ti.
Diz-me – até a tua voz ser um eco – que as lágrimas hão-de cair como um corpo de pedra em desequilíbrio.
Jura-me que as lágrimas hão-de secar.
Jura-me com todo o artifício: que as lágrimas hão-de secar como tu.
Como tu – depois da vida.
Convence-me, confundindo-me de comparações vazias,
de que a minha força não morrerá contigo.

Até eu fazer de conta que acredito.
Até eu sufocar na aparência.

Raquel

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