quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Não chores

Não chores,
Esta noite.

Que eu não vou estar, para suster o manto de lágrimas de que te despes sem piedade.

Não chores,
De cada vez que sentes que as paredes desabam sobre o teu corpo,
Porque eu não existo sempre a teu lado para suportar todos os pedaços da queda.

E se o sonho se apaga,
Se há chamas a consumirem-te por dentro,
Se a carne te apodrece até à alma
E os ossos são tudo o que te resta

E se o que te resta não chega,
Não chores.

Que eu não vou estar esta noite para descer a cortina do teu palco sem chão.
Marioneta despida,
Não te lances tão fundo,
Que os meus braços são curtos demais para a inclinação.
E o abismo é tão forte que nos vence.

Não te entregues à corrente.
E não chores, esta noite.

Que eu não vou estar, para te segurar com mãos de espada e escudo.
Porque eu não existo sempre, inteira, a teu lado, para te guiar de cada vez que te perdes no medo.

Porque eu sou sem piedade,
Meu amor.

Raquel

2 comentários:

Anónimo disse...

"Don't you cry tonight
I still love you baby
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
there's a heaven above you baby
And don't you cry tonight"

LOOOOOOOOL xD

Claro que é uma heresia comparar esta musica com o teu poema, mas e daí? Eu nunca fui catolico =P

Raquel Morgado disse...

Mas eu sou, pah!