quarta-feira, 21 de novembro de 2007

À velocidade de um momento suspenso

Ele disse: Esta noite vamos soltar todos os pássaros do mundo.

E ela respondeu de mãos atadas.

Raquel

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Todas as folhas são levadas pelo vento.

Raquel

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Não chores

Não chores,
Esta noite.

Que eu não vou estar, para suster o manto de lágrimas de que te despes sem piedade.

Não chores,
De cada vez que sentes que as paredes desabam sobre o teu corpo,
Porque eu não existo sempre a teu lado para suportar todos os pedaços da queda.

E se o sonho se apaga,
Se há chamas a consumirem-te por dentro,
Se a carne te apodrece até à alma
E os ossos são tudo o que te resta

E se o que te resta não chega,
Não chores.

Que eu não vou estar esta noite para descer a cortina do teu palco sem chão.
Marioneta despida,
Não te lances tão fundo,
Que os meus braços são curtos demais para a inclinação.
E o abismo é tão forte que nos vence.

Não te entregues à corrente.
E não chores, esta noite.

Que eu não vou estar, para te segurar com mãos de espada e escudo.
Porque eu não existo sempre, inteira, a teu lado, para te guiar de cada vez que te perdes no medo.

Porque eu sou sem piedade,
Meu amor.

Raquel